Minha experiência com leitura e escrita foi
quando ganhei a coleção de Monteiro Lobato para crianças dos meus padrinhos, a
capa colorida aguçou minha curiosidade ao ler o título “Reinações de
Narizinho”, pois vivia pendurada na televisão assistindo “O Sítio do Picapau
Amarelo”, na época em preto e branco (década de 70), encantando sobretudo os
leitores infantis. Foi assim, que adquiri o hábito pela leitura e nenhum outro
livro me fascinava tanto como aqueles que contavam as aventuras das crianças
carregadas de magia do Sítio do Picapau Amarelo. Passei a minha infância no
mundo maravilhoso de Lobato que amava as coisas do Brasil, criava histórias com
personagens ligados à cultura e ao folclore brasileiro.
Em seus livros, Monteiro Lobato possuiu
domínio da arte de narrar, nas palavras conseguia efeito bem-humorado,
seduzindo e fascinando o leitor, divulgou a cultura brasileira, através do
folclore brasileiro, as histórias da tradição oral conhecidas no mundo inteiro
e, também foi um brasileiro a compreender que as crianças são seres pensantes e
inteligentes. Para Lobato educar as crianças seria a maneira mais adequada de
prepará-las para um futuro melhor. Assim, uma boa parte do meu aprendizado
deu-se através de suas obras, com brincadeiras que estimulava a atividade
literária das crianças, com uma pitada de sonho com a realidade. Ler, escrever
para mim foi e é um processo de construção de sentidos em relação ao que se
ouve, vê, pensa e sente.
Como dizia o saudoso Monteiro Lobato “Assim como é de cedo que se torce o pepino,
também é trabalhando a criança que se consegue boa safra de adultos.” (Carta a
Vicente Guimarães, Campos do Jordão, 12/1/1936).
Rosemary de
Cassia Sampaio
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